Não importa a desculpa:
BEIJAR EM PÚBLICO É CRIME
2009/4/2 Ademar Varela <ademar.varela(a)me.com>
Sim percebo a diferença. Agora, o fato de você ter crescido em Alago
as e só ter tido acesso à músicas através de K7 que mandavam para
você, não justifica pirataria. Não vamos confundir a precária
atenção que foi (e para mim, ainda é) dispensada pelos governos
às regiões Norte/Nordeste, com a isenção de responsabilidade dos
direitos de outras pessoas. Sim, quando você recebia o K7 dos seus a
migos, por melhor que fosse a intenção, era uma forma de pirataria,
vistos que os direitos dos artistas não foram pagos.
Claro que os tempos eram outros, não existia a internet, que democra
tizou o uso da informação, e as gravadoras e distribuidoras, não
tinham concorrencia. Agora elas perceberam que ficaram paradas no te
mpo e estão correndo atrás da bola. Vai demorar para termos um model
o de negócio que seja justo para todos, mas não é a prática da
pirataria que vai resolver isso, pelo contrário.
Quanto ao exemplo que você deu, sobre o casal de apaixonados que que
rem trocar mp3 pelo MSN(argh! Micro$oft, hehehe), sim, infelizmente
é ilegal, este é um dos pontos que gostaria fosse tratado diferente.
O outro é sobre a mídia, se você compra um CD, não pode tirar
uma cópia para ouvir no carro, ou coloca-lo em formato mp3. Eu quero
comprar o direito de ouvir a música quando bem entender e como quis
er, hoje isto está tosco.
Não importa a desculpa, pirataria é crime.
Ademar Varela
iPhone Developer - mindbike
019-9366.2247
ademar.varela(a)me.com
On Apr 2, 2009, at 10:12 AM, Porantim <porantim(a)gmail.com> wrote:
Então, Ozy, na verdade, "a base do
capitalismo" é o acúmulo de cap
ital. Como a única atividade que gera capital (capital novo) é o t
rabalho e como o trabalho artesanal agrega apenas o trabalho pesso
al, a "base do capitalismo", na verdade, é a atividade industrial.
Não confunda dinheiro com capital. São coisas diferentes.
No caso dos livros (e eu vivo isso diariamente), as distribuidoras,
ou melhor, A distribuidora (leia-se Dinap) tem praticamente o mono
pólio da distribuição por conta da força da Abril. Usam de
coerção, ameaça, pra manter esse monopólio. Ficam com 50% ou 60%
do preço de capa do livro. O que sobra é que paga todo o resto. Pi
or: não permitem que você venda o livro por um preço menor no seu
site, por exemplo.
Cuidado ao polarizar esta discussão só no conceito de "pirataria".
A lei é muito mais do que isso.
Outra coisa: cresci em Alagoas. Lá não tinha loja de disco que não
fosse popular. Praticamente tudo que eu escutava vinha de São Pau
lo em fitas K7 que as pessoas gravavam a partir dos seus LPs. Isso
nunca arranhou em nada o lucro das gravadoras, muito pelo contrár
io. A lei do Azeredo diz que o cara que manda um MP3 "romanticuzin
ho" pra namorada pelo MSN tá cometendo um crime. Percebe a difere
nça?
-- Porantim
2009/4/2 Rodrigo Pissardini <rodrigopissardini(a)gmail.com>
Sim Porantim. As gravadoras e editoras podem e devem ganhar
dinheiro oras. Em um mundo pré-internet, elas eram as responsáveis
por servir como canal de distribuição, e esta é a base do capital
ismo. Ora, qual é o alcance de um indivíduo ? Uma organização
então servia como meio de extender este poder de atuação, e isto c
usta dinheiro.
Hoje fala-se muito do gerador de conteúdo ganhar dinheiro por si m
esmo, mas isto se relaciona principalmente à área de música e comp
utação. Música, porque o artista ganha no show, computação
porque o analista ganha na consultoria e suporte. Mas como ficam a
área de vídeo, da literatura, dos quadrinhos, de jogos (não a par
te de hardware, mas de software) e afins ? Estes não possuem um me
io de "se manter financeiramente", e sendo liberado o poder de "có
pia", são mercados que serão extintos, porque os custos de
criação e desenvolvimento serão maiores do que o retorno obtido.
2009/4/2 Porantim <porantim(a)gmail.com>
O autor é uma coisa, mas quem ganha dinheiro com a arte não são os
artistas. Nunca são.
Quem ganha dinheiro com música são as gravadoras. Quem ganha dinhe
iro com livro são as distribuidoras (nem o autor, nem a editora, n
em a gráfica, nem a livraria). Seu argumento é lógico, mas parte d
e pressupostos que não são deste mundo.
-- Porantim
2009/4/2 Ademar Varela <ademar.varela(a)me.com>
Mas se você está liberando os SEUS direitos autorais, é uma
ação somente sua, você não pode querer que todos os autores
pensem igual a você. Sou simpatizante da sua idéia, acho que seria
o ideal mesmo, mas os direitos dos demais devem ser respeitados e
não subjulgados pelas nossas vontades. Se os demais autores quere
m receber pelo conhecimento (ou a arte) deles, eles tem esse direi
to, por mais mesquinho que isto possa parecer.
Ademar Varela
iPhone Developer - mindbike
019-9366.2247
ademar.varela(a)me.com
On Apr 2, 2009, at 8:10 AM, Rodrigo Pissardini <rodrigopissardini(a)gmail.com
wrote:
Acredito que depois destas opiniões um tanto
divergentes, deva s
er seguida a regra de "cada um apoie o que quiser, mas a organiz
ação em si mantenha-se neutra". Explico o porquê disto: como alg
uns já sabem desta lista sou defensor do "Pacto Social", isto é,
as regras são estabelecidas entre as partes, ou pelo detentor d
o direito, e quem não quiser, vá para um lugar onde o pacto não
atue. Esta lei não irá contra o que é disponibilizado em GFDL, C
C ou qualquer licença livre: aqueles que trabalham com elas pode
m continuar trabalhando. A lei vai contra o uso comercial de con
teúdos cujos autores optaram por manter em direito reservado, e
que é um direito deles também. Oras, eu posso ter projetos que l
ibero ao público, outros não, e não sou obrigado a fazer sempre
um ou sempre outro. Agora se a lei está bem escrita ou não é out
ra coisa.
Eu sou partidário de que não deveria existir direitos autorais d
e espécie alguma, e sim que todos pudessem compartilhar à vontad
e. Então pessoalmente sou contra esta lei, assim como sou contra
religião e qualquer forma de governo. No entanto, dentro do "Pa
cto Social" que vivemos, se as regras do jogo permitem a alguém
usufruir financeiramente da sua criação, a lei deve coibir qualq
uer tentativa de fraudar este direito. Ir contra esta lei é just
amente permitir um pequeno grupo de colaborar e trocar conteúdo
para "consumo próprio", e um grande grupo de fraudar e LUCRAR so
bre o trabalho alheio sem trabalho algum.
Atenciosamente
Rodrigo
2009/4/2 Porantim <porantim(a)gmail.com>
"Pessoalmente, acho ruim apoiar a pirataria oficialmente pq ela
é contra lei"
Hmmm... Em verdade, beijar em público é contra a lei no Municípi
o de São Paulo...
Não há nada de errado em apoiar algo que hoje é ilegal ou se pos
icionar contra uma lei. São esses posicionamentos que levantam a
s discussões e que fazem as leis mudarem.
Especificamente sobre esse assunto, o Eduardo Azeredo é um bandi
do, mafioso, canalha. Segundo consta, foi quem "inventou" o mens
alão ("cedeu" a presidência do PSDB ao Jereissati por conta da "
imagem pública" que isso trazia).
Ele propõe esse tipo de lei por lobby dos bancos (o Bradesco é u
m de seus maiores financiadores). Um dos objetivos é obrigar as
pessoas a se identificarem (com e-CPF ou o que for) toda vez que
acessarem a net, o que diminuiria absurdamente o risco que os b
ancos têm com as transações online.
É sabido que ele é candidato ao governo de MG, por isso precisa
"apoiar" seus patrocinadores (pra ter grana pra fazer campanha).
-- Porantim
2009/4/2 Gustavo Barrientos Duran <ggustavo.1984(a)gmail.com>
Achei meio estranho esse "90% construída de forma errada". Mesm
o pq
acho mta presunção sair dizendo isso (-e olha q a lei de impren
sa, que
rege parte de minha profissão, é de 1968 ).
Qto as nos posicionarmos, como grupo, vejo os mesmos problemas
apontados
pelo Pissardini.
Pessoalmente, acho ruim apoiar a pirataria oficialmente pq ela é
contra
lei (e apoiar que m apóia ela também é difícil). Por mais injust
a que
ela seja, não dá para infringir. Imagina se as pessoas infringis
sem a
lei sempre que pensassem nesse sentido. Tem q tentar mudar isso sim.
De certa forma concordo com Ademar de que essas empresas deveriam se
adaptar. Mas tenho quase certeza q não vão fazer isso, pois é di
fícil
largar o osso - ainda mais o de uma das indústrias mais lucrativ
as q se
tem...
Mas... bem minha opinião sobre isso não está totalmente formada..
abs
Gustavo D'Andrea escreveu:
Pessoal,
Rodigo, você escreveu: "A Lei, como 90% das leis nacionais foi
construída de forma errada, o que deveria se fazer é incentiv
ar a
produção livre.".
A verdade é que não tem lei nenhuma. Não existe "lei Azeredo".
Existe
"projeto de lei Azeredo". Ela pode até
estar sendo construída
de forma
errada. Mas ainda não foi terminada. Há diversas
formas de a p
opulação
participar das discussões e tentar entender e
fazer com que a
lei seja
mais justa para todos.
Da minha parte, estou oferecendo um caminho concreto: o
desenvolvimento de um verbete na Forensepédia. Pelo menos duas
coisas
boas esse verbete tem: a possibilidade de
explicar realmente a
lei, já
que se trata de um verbete enciclopédico, e
permitir a discuss
ão, na
aba de discussão (já que se trata de uma wiki).
Na medida em q
ue as
pessoas colaborarem nas discussões em torno de um
projeto de lei,
através da Forensepédia, mais tomará força o princípio
constitucional
do poder que emana do povo.
http://forensepedia.org/wiki/Lei_de_crimes_cibernéticos
<http://forensepedia.org/wiki/Lei_de_crimes_cibern%C3%A9ticos>
Abraços!
Gustavo D'Andrea
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