Caros, ontem conversando com um empreendor bem sucedido em sua empresa, ele
me recomendou o livro "O livro negro do empreendedo
<http://www.livrariacultura.com.br/p/o-livro-negro-do-empreendedor-2941082>",
de Fernando Trías de Bes. Comecei a ler e parece bem interessante. Ao invés
de focar nos casos de sucesso comumente encontrados em livros sobre
empreendedorismo, o livro foca nos casos de fracasso.
Livro esgostado em diversas livrarias brasileiras. Achei só em espanhol e
inglês na Amazon.
Em 29 de julho de 2015 08:43, Everton Zanella Alvarenga <tom(a)okfn.org.br>
escreveu:
Falando em empreendedorismo, dia 13 de agosto o Paulo
Lemann vai dar uma
palestra com transmissão online. Vi um videozinho
<https://www.facebook.com/endeavorbrasil/videos/vb.122531974426912/1124590894221010/?type=2&theater>
dele agora. Ele vai falar sobre seus erros e como eles ajudaram a criar os
negócios que tem por aí. Inscrições aqui:
https://endeavor.org.br/eventos/day1online
Já me inscrevi!
Em tempo, para quem não conhece, o Lemann, uma das pessoas mais ricas do
país, tem uma fundação que atua bastante na área de educação:
http://fundacaolemann.org.br/o-que-fazemos/
Precisamos nos aproximar deles.
Em 28 de julho de 2015 14:14, Everton Zanella Alvarenga <tom(a)okfn.org.br>
escreveu:
Caros,
recomendo essa excelente *entrevista com o Muhammad Yunus
<http://revistatrip.uol.com.br/revista/245/reportagens/o-banqueiro-dos-pobres-muhammad-yunus-propoe-uma-nova-logica.html>*,
o economista que ganhou o prêmio Nobel de economia por causa do sistema
de microcréditos <https://pt.wikipedia.org/wiki/Microcr%C3%A9dito> para
pessoas de baixa renda.
Destaco o seguinte trecho sobre emprego e empreendedorismo
“Uma questão essencial está na ideia de emprego. Quem disse que nascemos
para procurar emprego? A escola? Os professores? Os livros? Sua religião?
Seus pais? Alguém colocou isso na cabeça das pessoas. O sistema educacional
repete: ‘você tem que trabalhar duro’. Seres humanos não nasceram pra isso.
O ser humano é cheio de poder criativo, mas o sistema o reduz a mero
trabalhador, capaz de fazer trabalhos repetitivos. Isso é vergonhoso, está
errado. As pessoas precisam crescer sabendo que é uma opção se tornar
empregado, mas que existe a possibilidade de ser empreendedor, seguir o
próprio caminho. É arriscado, incerto, há frustrações, mas é bem mais
estimulante. Arrumar emprego é o que é seguro, garantido. Mas sua vida será
limitada ao que decidirem por você.
Na nossa rede de colaboradores temos diversos empreendedores. E devemos
estimular que outros surjam, principalmente os professores universitários
que estão executando projetos através da Open Knowledge Brasil, o que já
reflete um pouco a estrutura arcaica e de pouco estímulo ao empreendimento
até mesmo entre as melhores e mais ricas universidades.
A mudança cultural para percebermos a importância de admitirmos falhas
<https://www.admittingfailure.org/>, principalmente quando assumimos
risco levará tempo. Mas deve começar em algum local. E se tivermos
confiança no nosso trabalho, que comece por nós.
Lembro de quando trabalhei para uma organização americana, havia um
receio muito grande em expor os erros. Na época descobri essa organização
'Admiting Failure' <https://www.admittingfailure.org/>, com a visão:
"We have a conundrum. It is really hard to talk about failure. Admitting
Failure is here to help. This is a community and a resource, created to
establish new levels of transparency, collaboration and innovation within
civil society.
Fear, embarrassment, and intolerance of failure drives our learning
underground. No more. Failure is strength. The most effective and
innovative organizations are those that are willing to speak openly about
their failures. Because the only truly "bad" failure is one that's
repeated."
Nessa linha, gostaria também de recomendar o artigo 'How to make mistakes
<http://ase.tufts.edu/cogstud/dennett/papers/howmista.htm>', do Daniel
Dennett, que destaco algo importante que aprendemos com as ciências duras
(infelizmente não nos colégios, às vezes nem mesmo em escolas de ensino
superior):
"The main difference between science and stage magic is that in science
you make your mistakes in public. You show them off, so that everybody can
learn from them--not just yourself. This way, you get the benefit of
everybody else's experience, and not just your own idiosyncratic path
through the space of mistakes. This, by the way, is what makes us so much
smarter than every other species. It is not so much that our brains are
bigger or more powerful, but that we share the benefits that our individual
brains have won by their individual histories of trial and error.
The secret is knowing when and how to make mistakes, so that nobody gets
hurt and everybody can learn from the experience. It is amazing to me how
many really smart people don't understand this. I know distinguished
researchers who will go to preposterous lengths to avoid having to
acknowledge that they were wrong about something--even something quite
trivial. What they have never noticed, apparently, is that the earth does
not swallow people up when they say, "Oops, you're right. I guess I made a
mistake." You will find that people love pointing out your mistakes. If
they are generous-spirited, they will appreciate you more for giving
them the opportunity to help, and acknowledging it when they succeed,
and if they are mean-spirited they will enjoy showing you up. Either
way, you--and we all--win."
Dada a importância do assunto e toda falha no processo educacional (não
só nas escolas) sobre a importância dos erros, comecei faz certo tempo a
traduzir esse artigo <https://pad.okfn.org/p/erros> (contribuições
bem-vindas!).
Por fim, para algo mais visionário em relação a essas mudanças que
estamos passando na sociedade da informação, gostaria de finalizar essa
proposta para reflexão e discussão com o artigo do Bertrand Russell 'O
elogio ao ócio <http://www.ic.unicamp.br/~campos/ElogioOcio.pdf>', de
1932, que li ainda no começo de minha graduação.
Será que levaremos um século para nos livrarmos de alguns resquícios
culturais e hábitos da época da revolução industrial?
Tom